Começa julgamento de Carla Cepollina por morte de coronel
Ubiratan Guimarães morreu em 2006 no apartamento dele, nos Jardins.
Ela é acusada de homicídio por motivo fútil, torpe e sem propiciar defesa.
Começou por volta das 16h20 desta segunda-feira (5), no Fórum Criminal da Barra Funda, na Zona Oeste de São Paulo, o julgamento da advogada Carla Cepollina, acusada de matar o coronel Ubiratan Guimarães, que era seu namorado, em setembro de 2006. Carla sempre negou o crime. O júri é composto por seis homens e uma mulher.
O julgamento teve início com mais de três horas de atraso e deve durar cinco dias. A previsão é do promotor João Carlos Calsavara, que afirmou que defenderá a tese de homicídio triplamente qualificado, por motivo torpe, fútil e recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
A defesa de Carla Cepollina dispensou todas as cinco testemunhas que seriam ouvidas. Com isso, os jurados irão acompanhar os depoimentos de apenas três testemunhas, todas de acusação.
Ubiratan foi assassinado na noite de 9 de setembro de 2006 em seu apartamento, nos Jardins, em São Paulo. Segundo o Ministério Público, Carla atirou no namorado motivada por ciúmes. A advogada atendeu a um telefonema de uma delegada da Polícia Federal que era um "affair" de Ubiratan, segundo a acusação. O tiro atingiu o abdômen do coronel. A arma usada seria da própria vítima, um revólver calibre 38, e jamais foi encontrada.
Primeira testemunha
A primeira testemunha a ser ouvida foi a pianista Odete Campos, vizinha do coronel, de 85 anos, convocada pela acusação. Ela contou aos jurados que, no dia do assassinato, ouviu um barulho "estridente", semelhante a de pilha de pratos caindo ou pedra na janela.
Entretanto, após ser questionada pelo promotor se era barulho de tiro, ela não disse que não se lembrava dos fatos. Na opinião de Odete, o prédio era seguro.
A advogada de defesa, Liliana Prinzivalli, questionou Odete sobre invasões à garagem do prédio e a pianista disse que não se lembrava. A mãe de Carla foi interrompida ao menos três vezes pelo juiz por sua abordagem à testemunha. O magistrado pediu que a advogada fizesse perguntas e não fornecesse informações que poderiam influenciar a testemunha.
A advogada de defesa, Liliana Prinzivalli, questionou Odete sobre invasões à garagem do prédio e a pianista disse que não se lembrava. A mãe de Carla foi interrompida ao menos três vezes pelo juiz por sua abordagem à testemunha. O magistrado pediu que a advogada fizesse perguntas e não fornecesse informações que poderiam influenciar a testemunha.
Após a testemunha ser ouvida, foi realizada a primeira pausa no julgamento.
Ciúmes
"A acusada se mostrou na situação uma mulher ciumenta e que estava querendo pautar a vida do coronel. E isso que desencadeou todo o crime", afirma Calsavara. Segundo o promotor, Carla chegou naquela noite a trocar uma mensagem passando-se por Ubiratan com a delegada. Ele destaca ainda traços de possessividade no caráter da advogada e que ela passou a decidir coisas da vida do coronel. “Ela comprava alimentos, remédios, trocou as chaves dias antes, a empregada ela que arrumou”, afirma Calsavara. A expectativa é que ela possa pegar pena de até 30 anos de prisão.
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